sexta-feira

ÚNICA! (Igual a todos os outros)

Podemos ser tudo o que quisermos, se o quisermos verdadeiramente. Temos é de, querer com uma exuberância que irrompe pela pele e se une à energia do mundo.Quando tiver avançado até não conseguir dar mais um passo, então cheguei exactamente a meio da distância que sou capaz de percorrer. Na verdade, só há duas maneiras de abordar a vida: Como vítima ou como vencedor. Temos de decidir se queremos agir ou reagir. Dar as cartas ou jogar com o baralho viciado. E, se não decidirmos como queremos jogar com a vida... ela joga connosco.Faço o que posso, com o que tenho, onde estou. Talento sem força de vontade, não existe. A vida não é fácil para nenhum de nós. Então e depois? Temos de ter perseverança e, acima de tudo, confiança em nós próprios. Temos de acreditar que somos dotados para alguma coisa e que essa coisa deve ser alcançada, custe o que custar. Quando queremos alguma coisa com muita força conseguimos alcança-la. Pode ser precisa paciência, muito trabalho esforçado, uma verdadeira luta e muito tempo, mas pode ser feito. No mundo não há lugar para cobardes, todos temos de estar preparados, de alguma forma, para trabalhar, sorrir, sofrer... enfim para morrer. A minha vida não é menos nobre, só porque não rufam os tambores à minha frente...Não digo que abracemos o sofrimento. Mas digo que o encaremos como um amigo, porque lidaremos muito com ele e é preferível que nos relacionemos bem. Embora o Mundo esteja cheio de sofrimento, também está cheio de superação do mesmo. È sublime, sofrer mas ser forte...levantar-se e continuar cada vez que se cai. Para ser campeã, combato mais um combate... Nunca perco, nunca, até desistir de tentar. Nada é tão forte como a suavidade, nada é tão suave como a verdadeira força. Temos de jogar com as cartas que temos. Nada acontece a ninguém que a natureza não o tenha preparado para suportar. Parece que o êxito é, sobretudo, uma questão de aguentar depois de os outros terem desistido. Capacidade de aguentar apesar de tudo, de suportar. É essa a qualidade do vencedor. A persistência é a capacidade de enfrentar a derrota.A Vida só nos exige a força que possuímos. Não podemos fugir. Eu faço o que devo, apesar das consequências, apesar dos obstáculos, perigos e pressões - essa é a minha base de moral humana.Qualquer passo em direcção ao objectivo é um esforço incansável, é um empenho apaixonado...O ódio não pode destruir o ódio, mas o amor pode. Não, o conceito frágil e negativo que tem tido esse nome e mal definido, mas o amor que sofre,o amor que aceita responsabilidades, o amor que persiste... Não é preciso cooperar com a dor, tornar-se cúmplice da própria armadilha...Basta ganhar coragem para derrubar, decidir e, estar bem para caminhar a passos largos para o futuro.Reparem: sobrevivemos a tantas coisas - fome, sede, perda, dor, sofrimentos e misérias, aflições e tristezas... A vida aflige-nos com o que ela tem de pior. Embora estejamos doentes, cansados, muito cansados, fracos e extenuados, tudo pode ser suportado.Portanto, o que aprendi nos últimos anos é que, EU sou a única juíza a decidir quais são os meus limites, mas quando olho para o horizonte não existe nenhum... nenhum limite. Com este tipo de consciência, amadureço todos os dias. E todos os dias limito-me a melhorar. No entanto só serei realmente livre, quando os meus dias, decorrerem sem nenhum cuidado, e as minhas noites sem nenhuma preocupação. A ideia de suportar o insuportável, é uma das coisas que me faz continuar. A perseverança não consiste numa corrida longa; Consiste em muitas corridas curtas, uma após outra. No coração do Inverno, aprendi finalmente, que dentro de mim, há um Verão invencível. Seja qual for, o obstáculo que tenha que enfrentar, antes vou olhar para o céu e, ter a certeza que por maior que possa parecer, é inferior a ele. E é com este pensamento que eu quero ficar. A minha vontade moldará o meu futuro.
Quer eu falhe, quer eu vença, não será obra de ninguém, mas minha, apenas minha!

4 comentários:

  1. Este deve ter sido o texto mais interessante que li nos ultimos tempos.
    mtos se queixam do que n tem,da pouca sorte,da vida dura,mas no fundo pouco ou nada fazem pa mudar o que tem e o que sao.
    sem felicidade n haveria sofrimento e vise versa,e nos tempos que correm deveriamos tdos dar graças por estarmos vivos,se sofremos é pq ainda vivemos e so isso deveria ser especial.
    tornar o sofrimento um aliado é uma boa soluçao pa nos tornarmos mais fortes e saber encarar a vida com tdo o que temos,indepentendemente de ser bom ou mau.

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  2. Obrigada, Mirv!

    De facto, há muita gente, que ao invés de se queixar, passasse uma tarde à porta das urgencias de um hospital, ou visitassem um IPO qualquer, veriam como afinal sao uns sortudos e, que os problemas que têm não passam de pequenas dificuldades...


    Bjinho para ti!

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  3. Gostei muito deste teu texto e concordo com o que está escrito. Temos de ter sempre preseverança e acreditar que somos capazes de vencer tudo. É como dizes, os nossos limites somos nós que os criamos.

    Beijinhos*

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  4. "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
    Estendendo-me os braços, e seguros
    De que seria bom que eu os ouvisse
    Quando me dizem: "vem por aqui!"
    Eu olho-os com olhos lassos,
    (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
    E cruzo os braços,
    E nunca vou por ali...
    A minha glória é esta:
    Criar desumanidades!
    Não acompanhar ninguém.
    — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
    Com que rasguei o ventre à minha mãe
    Não, não vou por aí! Só vou por onde
    Me levam meus próprios passos...
    Se ao que busco saber nenhum de vós responde
    Por que me repetis: "vem por aqui!"?

    Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
    Redemoinhar aos ventos,
    Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
    A ir por aí...
    Se vim ao mundo, foi
    Só para desflorar florestas virgens,
    E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
    O mais que faço não vale nada.

    Como, pois, sereis vós
    Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
    Para eu derrubar os meus obstáculos?...
    Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
    E vós amais o que é fácil!
    Eu amo o Longe e a Miragem,
    Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

    Ide! Tendes estradas,
    Tendes jardins, tendes canteiros,
    Tendes pátria, tendes tetos,
    E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
    Eu tenho a minha Loucura !
    Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
    Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
    Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
    Mas eu, que nunca principio nem acabo,
    Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

    Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
    Ninguém me peça definições!
    Ninguém me diga: "vem por aqui"!
    A minha vida é um vendaval que se soltou,
    É uma onda que se alevantou,
    É um átomo a mais que se animou...
    Não sei por onde vou,
    Não sei para onde vou
    Sei que não vou por aí!


    Cantico Negro, José Régio

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